A Vitória do Cristianismo sobre a Filosofia Grega

 

Pacífico e Amado Irmão,

 

Trataremos de modo gradativo da relação entre a postura filosófica maçônica e o pensamento cristão, à luz da maçonaria que opera no REAA. Faremos em três breves comunicações, iniciando com a atual.

 

PRIMEIRA PARTE

 

Por que o Cristianismo é Importante na História da Filosofia?

 

Irmão, imagine o seguinte: você está estudando filosofia e aprende tudo sobre os grandes pensadores da Grécia Antiga — Sócrates, Platão, Aristóteles, os estoicos... Aí, de repente, pula direto para os modernos, tipo Descartes. Quase 1500 anos de história simplesmente somem da conversa. Foi exatamente assim que muita gente estudou filosofia no passado. E sabe o que ficou de fora nesse salto? O cristianismo.

 

Pois é, a Idade Média, cheia de debates entre fé e razão, foi ignorada como se não tivesse importância. A gente estudava filosofia sem conhecer o básico sobre as religiões monoteístas que moldaram o mundo: judaísmo, islamismo e cristianismo.

 

Mas se você quer mesmo entender o pensamento humano — e a filosofia é isso — não dá para deixar a religião de lado. Especialmente o cristianismo, que por séculos influenciou a cultura, a política, a arte e a moral da sociedade ocidental.

 

Com esta abordagem impactante o Mestre Luc Ferry inicia a palestra sobre a vitória do Cristianismo sobre a Filosofia Grega. Neste texto seguiremos os passos brilhante mestre.

 

Agora você pode estar se perguntando: “Mas filosofia não é razão e religião não é fé? O que uma tem a ver com a outra?” Boa pergunta. A resposta vem em quatro partes simples:

 

O cristianismo competiu com a filosofia grega.


Ele entrou na briga com os estoicos — que diziam que o ser humano podia se salvar só com a razão — e ofereceu uma nova resposta: a salvação vem pela fé em Cristo. E essa ideia conquistou muita gente.

 

Mesmo sendo fé, o cristianismo também usou a razão.


Os primeiros cristãos queriam entender os ensinamentos de Jesus, e usaram a razão para isso. Também viam a natureza como criação de Deus e, por isso, algo digno de ser estudado racionalmente.

 

Comparar religião e filosofia ajuda a entender melhor as duas.

 

As duas buscam a salvação — só que por caminhos diferentes. A filosofia confia na razão, a religião na fé. Comparando as duas, a gente entende melhor o que é cada uma.

 

O cristianismo trouxe ideias morais que influenciam até hoje.

 

Uma das principais: o valor de uma pessoa está nas escolhas que ela faz, não nos dons com que nasceu. Isso abriu caminho para ideias como os direitos humanos, que até pensadores ateus adotaram depois.

 

A Grande Virada: Quando Deus Vira Gente

 

Para os gregos, especialmente os estoicos, Deus (ou o Logos) era uma força racional, impessoal — a ordem do universo. Nada de pessoal, nada de emoção. Era uma ideia fria, mas lógica.

 

Aí vem o cristianismo e diz: esse Logos se fez carne. Sim, virou gente. Jesus Cristo.

 

Essa ideia chocou os gregos. Como assim Deus virou um homem? Para eles, isso era loucura, até ofensa. Mas para os cristãos, isso é justamente a boa nova: Deus desceu até nós, viveu como nós, sofreu com a gente — e é por isso que ele pode nos salvar como pessoas. A salvação não vem de uma força cósmica, vem de alguém que nos conhece e nos ama.

 

O apóstolo João escreveu:

 

 “No princípio era o Verbo [Logos], e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.

 

Ou seja, o que antes era uma energia impessoal virou uma presença humana, que conversa com você, sente sua dor e oferece amor. Essa é uma mudança gigantesca na forma de entender Deus — e também na forma de buscar a salvação.

 

O Impacto Disso Tudo

 

Essa nova forma de ver o mundo pegou forte. A ideia de um Deus-pessoa, que se importa com você individualmente, mexe com o coração. Diferente dos gregos, que viam a vida como algo a ser dominado com disciplina e lógica, os cristãos falavam de perdão, de graça, de amor. Isso mudou tudo.

 

E olha só: mesmo hoje, em tempos mais “racionais”, essa ideia ainda está viva. A valorização da pessoa, da liberdade de escolha, da dignidade humana — tudo isso nasceu aí.

 

Por que isso interessa a nós, maçons?

 

Porque como buscadores da verdade, precisamos entender as grandes ideias que moldaram a humanidade. E o cristianismo foi, por séculos, a base do pensamento ocidental. Ignorar isso é deixar uma parte enorme do quebra-cabeça de fora.

 

Além disso, como maçons, prezamos pela liberdade de pensamento. Isso inclui conhecer tanto o pensamento filosófico quanto o religioso, não para seguir cegamente, mas para compreender. Como dizia Voltaire: “Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”.

 

Hiran de Melo

 

Presidente da Excelsa Loja de Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.

 

Se o pacífico e amado irmão deseja aprofundar os estudos, veja a SEGUNDA PARTE no link

https://clinicahospitaleiros.blogspot.com/2025/06/a-vitoria-do-cristianismo-sobre_16.html

 

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